Dia 15 de agosto, a Igreja Católica celebra a Assunção de Nossa Senhora. Solenidade que diz respeito à elevação de Maria ao Céu, para junto de Deus, em corpo e alma, como recompensa de suas virtudes e sofrimentos. O dogma da Assunção da Boa Mãe foi instituído pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, na Basílica de São Pedro. Porém, a festa da Assunção de Maria Santíssima acontece desde o ano 600 e é uma das mais antigas da Igreja.
Por que o dia da Assunção se tornou o Dia do Marista? Porque São Marcelino Champagnat, fundador do Instituto Marista, tinha grande devoção e amor a Nossa Senhora e sua alegria era imitar-lhe as virtudes. Chamava-a de Boa Mãe e de Recurso Habitual. Os educadores maristas – leigos e Irmãos – herdaram de Champagnat a espiritualidade mariana. O fundador desejava que as virtudes de Maria – simplicidade, acolhida, escuta, amor aos alunos, presença, espírito de família, amor ao trabalho, entre outras – sempre estivessem presentes em nossas obras educativas.
Missão Educativa Marista – texto elaborado por uma comissão internacional de Irmãos e leigos, em Roma – traz muitas referências de Nossa Senhora. Eis algumas:
“Maria é para nós modelo perfeito de Educador Marista, como ela foi para Champagnat. Mulher e leiga, a primeira discípula de Cristo, orienta nosso caminhar na fé. Como educadora de Jesus em Nazaré, inspira nosso estilo educativo” (117).
“Maria experimentou as alegrias e as dificuldades da vida. Maravilhou-se diante da grandeza de Deus... Na fé, abriu-se à ação do Espírito Santo” (119).
“Maria manteve, em todos os momentos, a sua missão de mãe e de educadora... Na adolescência de Jesus, deu-lhe espaço para desenvolver sua identidade. Mesmo quando isso provocou algum mal-entendido, comunicava-lhe a sua confiança e continuava ajudando-o a crescer em sabedoria, idade e graça” (120).
“A dimensão marial de nossa espiritualidade se expressa sobretudo nas atitudes de Maria para com os outros e para com Deus. Como Champagnat, vemos em Maria a nossa Boa Mãe e Recurso Habitual” (121).
“Impregnamos desta dimensão marial, conscientemente, a nossa catequese e os nossos momentos de oração com as crianças e os jovens. Convidamos todos a amar e honrar Maria, inspirando-os a imitar a sua ternura, a sua força, a sua constância na fé, e a dirigir-se a ela, com freqüência, na oração” (122).
“Em tudo o que fazemos, associamo-nos a Maria, para fazer Jesus nascer nos corações das crianças e dos jovens: Tudo a Jesus por Maria. Tudo a Maria para Jesus” (123).
É muito significativo o Instituto Marista ter como referência uma mulher. Nesta cultura machista e racional, a presença feminina oferece equilíbrio entre razão e emoção, encharcando de amor e sensibilidade a educação e incutindo valores que educam para o convívio social, como a espiritualidade, a ética e a solidariedade.
A espiritualidade marista – claramente plena de bondade, delicadeza, ternura – realiza-se também em espaço físico visivelmente agradável, acolhedor, educativo, como o lar de Maria.
Ir. Lauro Daros